sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

O Grau Zero da Crítica

Negativa ou positiva, construtiva ou destrutiva, o importante é que a crítica literária, como a crítica de qualquer outra forma de criação artística, seja fundamentada em sólidos critérios estéticos, e o crítico tenha o conhecimento necessário e imprescindível para o exercício de seu mister. Assim como existem muitos maus autores que se consideram verdadeiros suprassumos da literatura contemporânea, embora não sejam mais do que meros produtores de lixo impresso (e digital), há muitos maus críticos que se julgam portadores de uma infalibilidade papal, sem qualquer base teórica consistente e válida para emitir seus julgamentos. Limitam-se ao puro e simples achismo e confundem criticar livros com apenas ofender autores.
Apenas depreciar uma obra, sem verdadeiramente estudá-la, ressaltando tão somente seus aspectos negativos, talvez, suspeito, pelo atávico e obscuro prazer de falar mal do trabalho alheio, como uma fofoqueira de janela fala mal dos vizinhos, principalmente para não pensar na miséria e no vazio de sua própria vida, não é crítica literária digna do nome, é apenas puro e simples esnobismo intelectual. E não deixa de ter o seu quê de ridículo, uma vez que a verdadeira crítica literária requer estudo objetivo e reflexão isenta.
A crítica que só deprecia, pode até ser crítica no sentido popular, negativo, da palavra, mas não é realmente crítica, na plena acepção literária do termo. É, no máximo, recalque de escritores gorados.

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